terça-feira, 15 de junho de 2010

Meu pai e eu... e o Pára-Quedas!

Meu pai é uma das pessoas mais presentes na minha vida, me ensinou muita coisa sobre como olhar pro mundo e respeitar as pessoas, embora o respeito e humildade que ele me prega pareça para algumas pessoas desacreditadas “humilhação”, mas, sempre será o nosso jeito: Não entrar numa briga por mais que seja nossa a razão. Ser limpo é o foco que te faz aparecer pra Deus. Lutar sem trapacear te faz sentir-se muito mais esperto... e por ai vão as muitas filosofias.

Ah... Meu pai tem teorias engraçadas, claro que são brincadeiras, mas ele usa uma frase interessante: “O tempo é a maior e mais bem feita fábrica de monstros do mundo, faz qualquer rostinho ficar ‘uma beleza’...”.

Das muitas aventuras que vivemos juntos, como jogar futebol e encontrar aranhas dentro das chuteiras (não gosto muito de futebol - ele diz que é trauma), eu me envergonhar com os primeiros pelos debaixo do braço, ele chorar junto comigo e dizer que problemas com a pessoa amada às vezes são como problemas de matemática, daqueles “impossíveis”, que você abaixa a cabeça e reflete. Lembrei-me algo que me exaltou, fiquei contente por que por anos essa lembrança não me veio na cabeça, mas quando veio foi como se sentisse a adrenalina daquele dia (acho que foi a primeira vez que experimentei adrenalina): O dia dos pára-quedistas!




Eu acho que eu tinha uns quatro anos de idade, não sabia o que era pára-quedas, mas a idéia de ver homens descendo do céu me deixou bastante empolgado, fomos a três na bicicleta verde enferrujada, meu pai dirigindo, minha irmã mais velha na garupa e eu no cano, atrapalhando às vezes com os braços gordinhos, paramos na casa da minha avó, que morava próximo ao campo onde havia sido marcado o grande evento onde desceriam dos céus os pára-quedistas.

Se aquele foi mesmo o primeiro dia que provei adrenalina foi também o primeiro dia, que me lembro, que provei de outros dois sabores: Desaponto, afinal não tem como ficar desapontado com duas horas de atraso e meu pai falando que teríamos que ir embora, por fim a sensação que antecedeu a dose de adrenalina, a surpresa de virarmos as costas para irmos embora e ver nitidamente o primeiro avião passar diante de meus olhos cortando o céu e soltando um homenzinho bem pequeno que abriu asas coloridas de plástico que o fizeram deslizar devagar pelo vento... as pessoas presentes adoraram! E eu? Pra não dizer que fico sem palavras hoje, tenho esse texto escrito, contando uma das aventuras com meu pai, meu grande herói, que perdeu o herói dele aos 3 anos de idade, mas aprendeu na escola da vida e do amor a ser o “Papai nº1 do mundo”!


Lembrei que depois disso eu tive pelo menos uns três bonecos pára-quedistas todos feitos por meu pai.



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