sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

UP "Altas Aventuras"... e emoções!



Há meses atrás voltando do trabalho o colorido dos balões no cartaz do filme “UP – Altas aventuras” me chamou a atenção nos destaques de uma vídeo-locadora que passo em frente no caminho de volta pra casa. Guardei o titulo e o cartaz na memória, embora não tenha me interessado ver o filme, afinal desde que a Disney lançou “Nem que a vaca tussa”, um filme triste de tão chato, não me interessei mais por filmes infantis, eu tinha a impressão de que não tocariam mais meus sentimentos, o intuito da arte do cinema afinal é alegrar, fazer rir e chorar, os filmes mais modernos já não tinham esse poder.

Surpreendeu-me então há duas semanas minha irmã com uma cópia do filme em casa, toda animada planejando assistir o filme à noite com o namorado, como ela nunca teve gosto parecido com o meu para filmes, imaginei que “UP” seria apenas “mais uma animação”.

Quando ela ligou o filme no aparelho de DVD...

Os 10 primeiros minutos do filme foram capazes de me fazer ficar emocionado de uma maneira fora do comum, relacionando até hoje o quanto me emocionei assistindo animações Disney/Pixar. O filme é dono de imensa delicadeza, o personagem principal da trama é um inusitado senhor de 78 anos, Carl Fredricksen, que tem nesses 10 minutos, destrinchada numa musica maravilhosa a sua historia até chegar a 3ª idade. As cenas em que ele quando criança conhece a sua esposa Ellie são fantásticas, ri muito com as breves peripécias da menina que num flash se transforma em mulher e junto de Fredricksen tem sua trajetória de vida toda contada nos tais “10 minutos” de romantismo e drama languido que me levaram as lágrimas.


A historia do casal é simples, embora o peso emocional é até contraditório para os padrões de filmes infantis. Fredricksen e Ellie se casam, vivem em “eterno” romance, ele vende balões e ela trabalha no zoológico, eles sonham, fazem planos e levam uma lambada do destino ao descobrirem que não podem ter filhos, superam as dificuldades, envelhecem juntos e ele vive a dor de perdê-la sem que ela realiza-se o sonho de infância, que era levar o “clubinho”, a casa do casal, para o Paraíso das Cachoeiras na América do Sul. Parece extenso para 10 minutos, não é?



Seguindo de toda a introdução emocionante do filme, entra o 2º ato da historia, rodeada de aventuras, que se iniciam pelos céus, quando Fredricksen decide levar sua casa da cidade, que não parava de crescer e lhe incomodar, até o tal paraíso. Ao lado de Russell, um escoteiro gordinho e sonhador que pegou carona na aventura por ficar preso na casa voadora levada mundo afora pelos balões do velho. Juntos conhecem o cachorro Dug, que é capaz de falar graças a uma coleira especial em seu pescoço e o raro pássaro Kevin, alvo de uma caçada a qual eles vão fazer o impossível para impedir.

Meu gosto para filmes é bastante excêntrico, gosto de tramas nacionais e dramas daqueles que sugam os atores ao ápice de suas melhores atuações. O que mais me surpreendeu em “UP” foi justamente essa capacidade de emocionar e me prender frente à tela com uma aventura saudável que mostra coisas novas, divertidas e emocionantes a cada novo instante das “altas aventuras”. Eu recomendo o filme pra quem tem filhos, quem tem amigos, quem tem família e pra quem, como eu, gosta de assistir a filmes sozinho e de madrugada, tendo liberdade de molhar o rosto sem ninguém pra te censurar.

Agora sim, as crianças e nós temos um ideal para prestigiar esse filme, se divertir e aprender justamente com aqueles que mais sabem, os mais velhos, e que também tem muito a aprender.