terça-feira, 12 de abril de 2011

As Prostitutas Que Amamos

Com pouco mais de um mês em cartaz o novo “mais assistido” filme nacional é Bruna Surfistinha.



O filme narra a vida de uma prostituta, bastante polêmica por expor, sua livre e espontânea vontade, de ter a prostituição como ganho de vida. Aprofundando-se no filme, claro, a personagem é uma figura cheia de crises e conflitos psicológicos, que tem como válvula de escape a prostituição: Garota de classe média, filha adotiva, vivencia brigas em casa, sofre exclusão e ofensas no colégio, tem sua libido, adolescente, aflorando-se junto com o crescimento das redes e possibilidades na internet e intensa necessidade de ser a “mais popular”, “mais comentada”, “mais bonita”, “a mais”, refletindo ai que, o ser humano tem como grande defeito ver-se realizado apenas quando é o topo no determinado grupo em que vive, esquecendo que se auto-realizar pode ser um prazer pessoal e que não precisa da constante observação, aprovação ou atenção dos outros.

O filme não é bom, não é ruim, é um filme válido: é bem dirigido, a atriz é boa, a fotografia é bonita, e a polêmica pelo enredo não poderia deixar de tornar o contemporâneo um marco do cinema no Brasil!

[Deborah Secco, atriz vive Bruna Surfistinha no filme biográfico]

Então... É certo admirar a historia de uma prostituta? Saber que tornou-se best-seller o livro autobiográfico de Bruna, capaz de ofuscar o brilho de outros autores consagrados em bienais pelo país. Uma vida fora dos padrões aceitáveis pela sociedade... Por que?

Por que Bruna Surfistinha não é um bom exemplo? Por que não tenho filhas mulheres e por que o filme, é na realidade "pornografia disfarçada", para entrar livre em cinemas de shoppings e centros urbanos? Não!

A pornografia, disfarçada ou não, é livre em qualquer lugar, a internet deturpou qualquer senso político de idade para isso. Se o filme vai influenciar negativamente a vida de qualquer jovem, é certo que a vida de educação dela ou dele não foi bem sucedida, afinal, se 1h40 de um filme mudam todos os conceitos aprendidos, pode-se dizer que nada, antes então, foi aprendido.


[Raquel Pacheco: ex-prostituta que atendia por "Bruna Surfistinha"]

Bruna Surfistinha ou Raquel Pacheco são apenas os alvos mais próximos no momento para se atirar pedras, e que venham em cheio, por que as prostitutas são amadas a séculos, desde “A Dama Das Camélias”, clássico romance de Alexandre Dumas em que uma "dama de luxo" se mostra dona de caráter para a sociedade conservadora, desde de Julia Roberts, que ganhou o Oscar por viver uma “prostituta modelo”, e Ana Paula Arósio que também teve sua vez (também com a personagem de classe média que vira prostituta por decisão própria), em Hilda Furacão obra de Roberto Drummond adaptadopara a TV, todas essas histórias refletem, na realidade, algo para o qual o mundo se cega:

Se não fosse uma primeira feminista, provavelmente prostituta, a frente de seu tempo, lutadora por si e para quem, como ela, sofria inaceitação, dar a cara à tapa, provavelmente a geração que temos de mulheres, hoje, bem sucedidas e assumindo o controle, não existiria, por que a revolução vem de tudo o que foge do que adotamos como comum ou normal, e normal agora, é abraçar essas histórias que farão mais histórias...


[Capa do livro de Dumas, Julia Roberts, Ana Paula Arósio, Raquel e Deborah Secco]

E que continuem a vir à tona a vida das prostituas que amamos!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Os Ícones de Beleza

Lembrando que ícones de beleza não duram para sempre...


Marylin Monroe

Talvez por que o tempo passe! E o Tempo é no mundo a maior fábrica de monstros ou “dês-belezas” existentes, mas até que ponto a engrenagem que gira a sociedade em geral vai focar todos os aspectos humanos de beleza na pressão de ser sozinho, afinal ícones em qualquer grau da sua iconicidade já se traduz por “único”.

Eu penso nos ícones que se mataram, que já se foram, alguém já parou pra pensar se Marylin Monroe, por exemplo, tinha amigas pra conversar, contar às loucuras que fazia, aquelas que talvez a imprensa não tenha descoberto, divulgado, ou simples coisas como se emocionar com uma peça de teatro ou um musical, eu acho que ela não tinha ninguém, que mulher ia querer uma amiga sexysimbol num jantar em que tivesse a presença do marido, namorado ou noivo. Eu posso estar sendo fraco em algumas visões ou argumentos, mas se detalharmos fatos, o fundo psicológico de tudo isso, tenho certeza que estou certo.

Ser bonito não é fácil, as pessoas se afastam, não prestam atenção em outras coisas, não te vêm com nenhuma outra inteligência que não seja expor a beleza, mesmo que de forma artística, diriam as pessoas: “Aquele bailarino é lindo e talentoso”, “Aquele ator é lindo, talentoso também, mas conseguiu chegar aonde chegou por que é assim, bonito!”

Glee Cast ("aceitação é o foco")

Cria-se casca sobre qualquer sensibilidade que poderia ser mostrada, volto a falar então da tal engrenagem, o que vemos exposto em muitos espaços de entretenimento a “filosofia da aceitação da diferença”, a aceitação do gordinho, do negro, do nerd, não importa a “diferença”, somente se for bonito o suficiente o fará incluso de verdade, será um ícone, por que os protestos de aceitação fazem realmente com que parte da massa se aceite, e a outra parte então ganha espaço num mundo com mais e mais gordinhos que vão por fim vangloriar a modelo sexy, nerds que vão curtir o som do roqueiro pancadão que fala frases simples e inteligentes, e negros querendo ser cada vez mais brancos, alisando cabelos e esquecendo sua linda e maravilhosa cultura do blackpower, cachos, música, e de todo colorido!

      Beyoncé (negra?)                     Kurt Cobain (foda!!!)


Por fim cada beleza é única, o problema é que quando ela se torna um exemplo, um ícone mesmo, ela se torna um veneno e mata, construindo um mundo oculto de solitários que se matam ou vivem vidas tristes por trás das câmeras, o que em alguns momentos ficam escondidos e em outros não...

Britney Spears "Careca e Gloriosa"


sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Eu quero o luxo e não lixo!!!

Desde os meus 14 anos de idade, estudo e faço cursos de teatro, moro no interior de São Paulo, em Mogi Guaçu, uma cidade boa pra se viver, por ter um custo pratico de vida, porém atrasada algumas décadas com relação a cultura. O primeiro teatro construído na cidade deve ter a média de 10 anos de idade, enquanto o quinto Balé de Repertório foi apresentado nesse teatro agora em 2010. No mais é melhor que a cidade evolua a passos curtos, e evolua, do que não evolua nada!


Esses dias uma pessoa me veio com uma pergunta bastante peculiar para um estudante de teatro “Você quer trabalhar na TV?”, uma boa né, afinal trabalho relacionado ao que se estuda é bom, por mais que eu prefira o calor de uma platéia, não descarto que exista arte na televisão, porém a pergunta seguinte me incomodou, “Que legal! Faria novela na Globo ou na Record?”, como disse: acredito que exista arte na televisão!


 
Quando falo de arte, falo da Rede Globo, que imagino que desde seu inicio teve estrutura montada junto de artista que visavam expandir a TV como mais uma forma de se mostrar arte, de repente visando lucros também, claro, afinal quem trabalha de graça chega no caixa do mercado e se explica né...

“Olha moça do caixa, eu trabalho com arte, fiz um trabalho de graça, sabe como é né, me dá essa saco de arroz aqui e ai né...”


Porém toda a construção de programação e trabalhadores em frente e atrás das câmeras, é notório o trabalho artístico existente, eu prefiro a Rede Globo!


Diferente da outra emissora que acerca de denuncias de seu dono fazer comentários humilhantes sobre fiéis de Deus, falo aqui sem frisar religião, por que pra mim amor maior é amor por Deus e de Deus, mas não vejo contexto artístico em nenhum momento, em nenhum programa! E nada o que tenha na lateral direita no cantinho o símbolo Record, desde o imenso sensacionalismo jornalístico, que me incomoda, a cópia descarada de programação visando apenas as partes sem qualidade e destinadas a massa sem nível interessante cultura é grotesco...

(Big Brother Brasil e A Fazenda, ambos programas bobocas, mas esse formato a Rede Record abraça...)

Enfim...

(Dado Dolabella - Queridinho da Rede Record, ex-Global, campeão de "A Fazenda")

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Crônica da “Canção que você queria...”


Como se ao fundo a voz de Fernanda Takai cantasse aquele trecho ”Faz um tempo eu quis fazer uma canção, pra você viver mais...”


O namorado ao descaso do fim de semana sem falar-se com a namorada tenta reajustar a sua falta... Liga e ninguém atende, aquela maldita internet discada do século passado ainda domina a vida de sua concubina virgem e gorda. E a falta de créditos no celular pré pago impedem o pobretão que não divide nem o troco do sorvete de tomar outra atitude para ouvir a voz da moça.
Acessa o Orkut e lhe manda um “depô”... Horas de espera e nada de um retorno num “depô” tão carinhoso quanto...
“Tentarei o MSN, por que não?”




                 

  • Amor consegui baixar aquela canção que você tanto queria ter no seu PC...
  • Mas pra que mesmo você precisa disso? São tantas a s nossas musicas preferidas, precisava de mais uma?
  • Responde ou apago o arquivo...
  • Por favor... Responde logo...
  • Amor?
  • Por acaso vocês está caída no chão depois de bater a cabeça na quina da cama... Se esvaindo... Sozinha em casa segurando uma laranja meio chupada... Implorando ajuda ou um milagre?
  • Amor? Amor? Amor?
  • Oh... Será que estás se esvaindo?
  • Estou por demasiado preocupado nesse momento... Vou fumar para relaxar...



E volta o coração vazio de sensibilidade ao stops de tentar viver algo mais profundo que traduziria alguma preocupação com quem lhe gosta ou com alguma preocupação em tentar gostar de alguém, o que seria “por demasiado” difícil já quem nem de si o cara gostava mesmo...

“Pra você viver mais...”




quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Câmeras, aÇão

Acho engraçado assistir TV com a minha família, são tantos os questionamentos engraçados, por sinal, observo em algumas dessas atitudes o quanto nossa mente se envolve e esquece de apreciar a arte da “falsa realidade” levantada, por exemplo, pelas novelas. Sempre vejo minha mãe abismada: “Como isso? Nunca! Em casa de rico algum uma mesa de café da manhã é colocada dessa forma tão cheia...”


A proposta de espelhar nossas vidas em novelas é tamanha que quando alguma peça parece não se encaixar, o publico parece esquecer que o que acontece dentro da caixa chamada TV é uma realidade paralela, que conta com atores, direção, backstage, câmeras, cenários, não me é estranho que muitas atrizes e atores que interpretaram vilões sofreram agressões. Se tudo fosse real na TV ou no cinema eu teria medo de assistir o Shrek, afinal ogros e dragões são assustadores...


Minha irmã essa semana vendo uma cena da atual novela das 9h, Passíone, ficou intrigada por que uma personagem invadiu o apartamento do rapaz por quem é apaixonada e sabia “certinho” qual era o quarto dele, eu fui obrigado a questioná-la:


Observe que o que acontece ali é uma historia que esta sendo contada e mostrada, não é interessante mostrá-la abrindo várias portas de um “apê” gigante até achar o quarto, mostram simplesmente ela abrindo o certo e pronto

O mais interessante é a teimosia da minha mãe em implicar com as malas que os personagens carregam: “Veja está vazia! É muito claro, eu consigo perceber!”
Ela consegue perceber mesmo, numa peça de teatro na qual interpretei um viajante fiz questão de encher a mala pra que eu não fosse espezinhado depois!

“Vejam a barriga de grávida dela é falsa, pior ainda uma mulher grávida não se comporta assim, sentar-se ou levantar-se dessa forma, tão rapidamente...”


Mas para esse último detalhe eu acho que os diretores deveriam se atentar...

quarta-feira, 7 de julho de 2010

As cores de Frida Kahlo

E hoje se estivesse viva ela teria 103 anos...


Frida Kahlo


Eu na minha vasta falta de cultura conheci Frida Kahlo num domingo à noite, não pessoalmente claro... Mas me lembro quando dois amigos, de férias da faculdade, tomavam vinho na minha casa, assistiamos filmes na TV quando foi anunciada a programação seguinte, mais um filme, “Frida” que conta a historia da pintora pela visão da diretora Julie Taymor e tem a atriz Salma Hayek no papel principal.
Salma Hayek


A pintora Frida Kahlo e atriz Salma Heyek


Meus amigos ficaram malucos, e eu, o mais jovem no meio deles, não sabia quem era a figura, enfim, aprendi, estudei mais, e passei a admirar muito as vidas e cores de Frida, que retratou no colorido a sua dor e a manteve latente e valorizada aos olhos de todos até os dias de hoje.
Quadro: Coluna Quebrada - Frida Kahlo - 1944


O mais engraçado pra mim é quando ouço o nome dela em músicas como “Esquadros” de Adriana Calcanhotto, ou quando vejo seu nome em outros lugares... Poxa! Como não pude dar atenção antes a uma artista tão interessante?


Hoje sempre que pego um livro de arte pra ler o primeiro nome que procuro é o dela...

Aproveito hoje, dia em que está sendo homenageada por ser sua data de nascimento, a imagem de homenagem do Google (adoro as homenagens feita na página inicial) para postar um link



e dizer que sejam sempre belas todas as outras homenagens feitas a ela.


terça-feira, 6 de julho de 2010

Eu ando em velocidade diferente das pessoas...


Não sei o que acontece com os objetivos de cada um, mas quando penso que preciso fazer alguma coisa... É por que realmente tenho que f-a-z-e-l-a!!!

Hoje eu me preparei pra visitar a casa de uns amigos, no caminho passei pelo mercado e decidi levar bombons, pronto, criou-se o objetivo: entrar no supermercado e comprar bombons, era o que eu tinha que cumprir naquele momento!

O tema de missão impossível em mente e fui lá... Estacionei, entrei no mercado e os obstáculos apareciam... Pessoas andando de vagar... Quer maior dificuldade num supermercado pra um alguém objetivo como eu?!



Essas pessoas existem nas ruas, nos shoppings, na igreja, no teatro, em todo lugar. Com muita dificuldade, afinal um rapaz com um cestinho vermelho que não sabia o que queria da vida circulava a passos lesmas na minha frente naqueles corredores apertados... E claro eu muito educado não o empurrei não disse uma besteira, que ele merecia ouvir, simplesmente esperei minha brecha e passei, não disse boa-noite por que também achei que ele não merecia!

Interessante também que quando desbravei os corredores e consegui chegar aos chocolates vi duas mulheres super indecisas, “não sei, “olha esse”, “e esse”, “mas esse”, chocolate, claro, não é a mesma coisa, mas é absurdo o comportamento dos consumidores diante dessas coisas, eu sei muito bem o que gosto, o que quero comprar e pronto, toda essa embolação muito me irrita, só me faz acreditar que a vida dessas pessoas nada tem de interessante a não ser ficar andando de vagarinho no mercado ou tentando decorar a marca de cada chocolate, por que era isso que parecia que elas estavam fazendo!

Enfim comprei o chocolate e cheguei à casa de meus amigos... Ninguém em casa! Poxa, que noite maravilhosa. Não é “destino”?

Arremessei a caixa de bombons na varanda e lá ela ficou, enviei um torpedo dizendo que eu quem tinha passado e levado o chocolate, fui-me embora.

O pior é meu amigo me ligando mais no finzinho da noite: “oi fomos jantar fora, por cinco minutinhos você não pega a gente em casa...”

Esses cinco minutinhos de alegria eu devo ao moço de cestinho vermelho na minha frente...