sexta-feira, 18 de junho de 2010

Os meus problemas


"Um problema dentro de nós é enorme, afinal somos menores que um cisco se comparados ao Universo, mas se o propagamos ao ar, pra uma pessoa que seja, esse problema se exalta de maneira bastante inferior, ele passa de verdade a ser um cisco pro Universo..."




Desde meu último relacionamento amoroso, que não deu certo, ando pesando novos pontos de vista para minha pessoa. Como é interessante o que podemos levar de aprendizado num conjunto mesmo quando ele não dá certo. Vivi um namoro curto, de oito meses, fui atendido em muita coisa, aprendi e pude madurecer bastante, claro que todo ser humano é propenso a erros, errei e erraram bastante também, mas é uma qualidade interessante minha observar e guardar o que é bom apenas... Talvez por isso eu me pegue sentindo saudades!

O mais interessante de todo o período desse relacionamento foi adquirir a visão de como ser uma pessoa aberta pode ajudar a resguardar-se de muita coisa, sempre fui uma pessoas muito simpática, trato todo mundo muito bem e de forma bastante respeitosa, mas nunca fui de falar muito à meu respeito, contar problemas, fracassos, coisas que me desgastam e me impedem de fazer outras coisas com o mesmo empenho. Aprendi então que quando eu adquiro a segurança de falar coisas ao meu respeito, problemas, por exemplo, consigo observar a dimensão de tamanho de algumas coisas: Um problema dentro de mim é enorme, afinal sou menor que um cisco se comparado ao Universo, mas se eu o propago ao ar, pra uma pessoa que seja, esse problema se exalta de maneira bastante inferior, ele passa de verdade a ser um cisco pro Universo...


Aprendi isso conversando e dando liberdade à intimidade que tinha com meu ultimo “amor”, utilizo esse pedaço de amadurecimento hoje com meus amigos, minha família, professores, alguns colegas, me sinto mais envolvido por eles, que fazem parte da minha história e conseguem perceber ainda mais as minhas vitórias.

Tem coisas que vou levar pra sempre, tem outras que nem tanto...

terça-feira, 15 de junho de 2010

Meu pai e eu... e o Pára-Quedas!

Meu pai é uma das pessoas mais presentes na minha vida, me ensinou muita coisa sobre como olhar pro mundo e respeitar as pessoas, embora o respeito e humildade que ele me prega pareça para algumas pessoas desacreditadas “humilhação”, mas, sempre será o nosso jeito: Não entrar numa briga por mais que seja nossa a razão. Ser limpo é o foco que te faz aparecer pra Deus. Lutar sem trapacear te faz sentir-se muito mais esperto... e por ai vão as muitas filosofias.

Ah... Meu pai tem teorias engraçadas, claro que são brincadeiras, mas ele usa uma frase interessante: “O tempo é a maior e mais bem feita fábrica de monstros do mundo, faz qualquer rostinho ficar ‘uma beleza’...”.

Das muitas aventuras que vivemos juntos, como jogar futebol e encontrar aranhas dentro das chuteiras (não gosto muito de futebol - ele diz que é trauma), eu me envergonhar com os primeiros pelos debaixo do braço, ele chorar junto comigo e dizer que problemas com a pessoa amada às vezes são como problemas de matemática, daqueles “impossíveis”, que você abaixa a cabeça e reflete. Lembrei-me algo que me exaltou, fiquei contente por que por anos essa lembrança não me veio na cabeça, mas quando veio foi como se sentisse a adrenalina daquele dia (acho que foi a primeira vez que experimentei adrenalina): O dia dos pára-quedistas!




Eu acho que eu tinha uns quatro anos de idade, não sabia o que era pára-quedas, mas a idéia de ver homens descendo do céu me deixou bastante empolgado, fomos a três na bicicleta verde enferrujada, meu pai dirigindo, minha irmã mais velha na garupa e eu no cano, atrapalhando às vezes com os braços gordinhos, paramos na casa da minha avó, que morava próximo ao campo onde havia sido marcado o grande evento onde desceriam dos céus os pára-quedistas.

Se aquele foi mesmo o primeiro dia que provei adrenalina foi também o primeiro dia, que me lembro, que provei de outros dois sabores: Desaponto, afinal não tem como ficar desapontado com duas horas de atraso e meu pai falando que teríamos que ir embora, por fim a sensação que antecedeu a dose de adrenalina, a surpresa de virarmos as costas para irmos embora e ver nitidamente o primeiro avião passar diante de meus olhos cortando o céu e soltando um homenzinho bem pequeno que abriu asas coloridas de plástico que o fizeram deslizar devagar pelo vento... as pessoas presentes adoraram! E eu? Pra não dizer que fico sem palavras hoje, tenho esse texto escrito, contando uma das aventuras com meu pai, meu grande herói, que perdeu o herói dele aos 3 anos de idade, mas aprendeu na escola da vida e do amor a ser o “Papai nº1 do mundo”!


Lembrei que depois disso eu tive pelo menos uns três bonecos pára-quedistas todos feitos por meu pai.